BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MACAÉ (RELATO, PARTE 2/2)

(Texto escrito em setembro de 2010)

Saímos da Praça Washington Luiz às 8h45min. Seguimos na nossa van direto para o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. No caminho, o professor Leonardo foi nos mostrando o grau de degradação da faixa de restinga que nos acompanhava à direita, com suas várias plantas invasoras (entre elas o capim) e seus típicos trechos de queimadas. Ele também nos falou que a proteção à restinga está prevista em lei, desde a época da publicação do primeiro Código Florestal, na década de 1930. Ou seja, já não se poderia ter construído, por exemplo, nem mesmo a estrada por onde estávamos rodando.

Paramos num trecho da BR onde podíamos ver os enormes tanques da base de operações de Cabiúnas. E também uma panorâmica do parque. Depois seguimos por uma estrada de areia, parque adentro, onde pudemos presenciar a enorme pressão imobiliária que se instaurou ao redor daquela Unidade de Conservação: casas simples, barracos, pequenos prédios... Todos de frente para o mar.

Na volta à cidade, o professor nos mostrou alguns exemplos do crescimento de uma cidade sob forte influência da indústria do petróleo, no caso, Macaé. Depois paramos às margens de um trecho de mangue, atrás de um posto de gasolina. Obviamente que estava totalmente poluído e sem cuidados. Nesse momento eu gostaria de ter fotografado um cavalo morto, boiando naquela água negra, mas dessa vez não apareceu nenhum.

Depois do almoço seguimos para o Morro de Sant'Anna e pudemos ver com nitidez a foz do rio e a forma como a cidade tem sido ocupada e verticalizada, principalmente no centro velho. Pudemos ver também o Arquipélago de Sant´Anna no horizonte, que por funcionar como quebra-mar, possibilitou no passado a criação do Porto de Macaé. A existência desse porto influenciou fortemente a escolha de Macaé como base de operações da Petrobras.

Saímos dali e seguimos para a face oeste da Lagoa de Emboassica. Confesso que fiquei surpreso com a infraestrutura para receber turistas que vi por lá, pois pra mim só havia mato naquele trecho.

O professor Leonardo nos explicou que a lagoa se formou devido ao avanço do mar que ocorreu em outras eras. Para exemplificar melhor esse interessante fato sobre o passado geológico da cidade, ele nos levou até um trecho da RJ-146, onde pudemos ver, figurando atrás de um grande descampado verde, uma elevação conhecida pelo nome de Maciço das Pedrinhas. A forma e a disposição dessa elevação na paisagem sugere um passado onde a mesma tenha funcionado como um "costão rochoso", formação essa que só ocorre à beira mar!

 

Figura 1 - Visão do Maciço das Pedrinhas.

Fonte: Registro Pessoal

 

A visão do que outrora teria sido um "costão rochoso", à beira da estrada, a uma distância considerável do oceano, foi nossa última e para mim mais interessante parada, nesse sábado de aula de campo, sobre a Bacia Hidrográfica do Rio Macaé.

 

(Leia a parte 1 deste relato clicando aqui)